domingo, dezembro 31, 2006


"“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

NÃO. Claramente e sem qualquer dúvida é NÃO.

1. É NÃO porque a gravidez não é fruto apenas da mulher. É também do homem. Seja marido ou não, ele será pai da criança. Ele é tanto pai como ela é mãe. Também eu sou pai e o futuro dos meus filhos é tão da responsabilidade da mãe como minha. Como pai, recuso-me a aceitar que apenas um dos pais disponha do futuro dos filhos. Sobretudo, quando se trata de colocar um fim na sua vida.
2. Sou contra que as mulheres que abortam sejam levadas a Tribunal e sejam presas por esse facto. Concordo com a descriminalização das mulheres grávidas que abortam. Considero que quem deve ser levado a Tribunal seriam médicos, enfermeiras ou todas as pessoas que realizam o aborto. Porém, não é isso que está em causa neste referendo. Neste referendo está em causa a total liberalização do aborto até às 10 semanas por opção exclusiva da mulher. Por isso, voto NÃO.
3. Num país que se vê confrontado com o aumento da idade da reforma para evitar o colapso da Segurança Social, onde as filas de espera para adopção de crianças são cada vez maiores e os processos demoram imenso tempo, o Estado deve-se preocupar em aumentar a natalidade e não proporcionar o aborto e a sua consequente diminuição.
4. Há ainda muito trabalho a ser feito na área da contracepção e planeamento familiar. Com a informação e meios que hoje dispomos é possível descer significativamente o número de gravidezes indesejadas. São estas que potencialmente levarão ao aborto. São estas que o Estado deve ajudar os casais a diminuir e não proporcionar o aborto como uma saída para uma contracepção inexistente.
Luís Gonzaga"

Como último dia do ano, era necessário colocar este post! Eu não diria melhor, e é sempre bom ver/ler/ouvir as opiniões de todos, desde que essa opinião não seja parlamentarizada...

Boas entradas para todos...

1 comentário:

Mafalda Soares disse...

Bem, começo por sublinhar o que disseste "... é sempre bom ver/ler/ouvir as opiniões de todos", e não só ter conhecimento de apenas um lado da balança. Há que ter percepção daquilo que o sim e o não defendem para que todos os cidadãos possam votar conscientemente.
Quanto ao primeiro ponto referido no post, concordo com o que é dito. A opção de ter ou não um filho deve ser partilhada pelo casal, afastando a decisão total de apenas uma das partes.
Concordo também quando se diz que as mulheres não devem ser penalizadas por fazer um aborto, porque se fazer um aborto já deve ser muito mau ( a nível psicológico e não só), imaginem o que será uma pessoa ser julgada por ter tido aquela opção ( e estou certa que ninguém faz um aborto com um sorriso na cara).
Relativamente ao terceiro ponto, penso que se a lei ficar como está, as taxas de natalidade não vão aumentar; não tenho visto nenhum Baby boom ou coisa parecida. Por isso acho que o que Luís Gonzaga defende não faz muito sentido (pelo menos nesta perspectiva).
Finalmente, o último ponto a referir. É verdade que há imensa informação disponível em todo o lado. É verdade que o Estado deve ajudar os casais mais necessitados. E é verdade, também, que o aborto não deve ser usado como método contraceptivo. Mas estará o Estado disponível para apoiar inúmeras famílias nessa situação?
Acabo por aqui o meu comentário porque já está longo =P
Excelentes entradas juntos!@@

P.S.: A favor ou contra o aborto, amo-te como sempre!