quarta-feira, junho 27, 2007

De novo me embrenho na noite escura, onde o brilho das estrelas se consumiu no vazio da tua ausência. Onde a luz da Lua se apagou com a chegada do dia. A realidade absorve os sonhos, apaga os sentimentos e dissolve as palavras em imagens feitas de nada. Sucumbimos à luz do dia, como um castelo feito de cartas se desfaz à primeira oscilação.Fiquei a sós, comigo mesmo, neste mar de palavras, agora vazio de sentidos, porque já não faz sentido. De alma vazia, deixo cair das suas paredes os quadros que desenhei noite após noite. O meu pensamento esvoaça pela floresta despida de folhas. A tua alma, grita-me, quer sair de mim, e eu, não lhe fecho a porta, abro-te caminho e deixo-te partir, com a liberdade de te deixares ficar.Esta noite, longa de mais, escura demais, fria demais, deixou-me o corpo dormente, e o espírito ausente. Fui procurar-te e já não encontrei o caminho, o mapa que me guiava é agora uma folha de papiro, vazia de referências, a luz que me conduzia está apagada e o brilho do teu olhar escondeu-se detrás das pálpebras que cerraste para não deixares sair uma só lágrima.A Lua, companheira de confissões, fechou-me a porta, deixando apenas um pequeno traço de luz no céu escuro desta noite, longa, demasiado longa. Hoje perdi-te, sem nunca te ter tido.

quinta-feira, junho 21, 2007

No silêncio da noite, espero-te, olhando as estrelas. Sei que estás entre elas, conheço-te o brilho. Por maior que o Universo seja, ambos sabemos encontrar-nos, pois somos um pedaço do outro.A saudade queima-me o interior, este corpo onde habita a minha alma, quer sentir o teu, a pele clama outra pele, que apague esta chama que me arde no peito.
A noite faz uma pausa, uma paragem no tempo, muda de dimensão e deixa as palavras ficarem no silêncio dos dedos que agora só escrevem para ti.Regressará, e tentará perceber se ficaste, aqui, exactamente onde te encontrei, ou, se decidiste partir, dispersando a tua energia pelo infinito espaço vazio…

Verão

Verão,
calor,

corpos ardentes,

desinibidos,

despidos,

nus

desejos à flor da pele,

sentidos entorpecidos,

fracos,

numa dança,

de ventre,

escaldantes,

transpirados,

onde o suor se mistura,

em jogos de sedução,

levados ao rubro,

ao sabor da imaginação,

de abraços,

beijos

línguas vorazes,

procuram matar a sede,

fome,

de carinhos,

de desejo intenso,

que se instala,

apodera,

avassala,

toma de assalto,

as noites de

verão.

segunda-feira, junho 18, 2007



Sentado na janela do meu quarto vejo a rua da vida, aquela que me viu nascer, e que me verá morrer, porque não podemos fugir. Sinto a minha garganta presa, mas no meu pensamento ninguém consegue segurar, e é nele que voa todas a noites até ti, mesmo do outro lado do mundo, aquele sitio que só tu criaste, irás estar nua pronta para eu te pintar na tela branca como as nuvens, pura como a tua alma… Nesses momentos recordarei com saudade…
Volto ao canto do meu quarto no desespero da espera, com a corda envolta no pescoço, na expectativa que o banco desapareça e com ele o sofrimento, e nessa hora te encontrarei no céu, no recanto dos deuses, na companhia dos anjos…

terça-feira, junho 05, 2007

A chama que a vela transmite, nada ilumina mas sim é o espelho da minha alma. O ar que se movimenta, já não tem a força de outros tempos. O medo que há em mim, esse corrói cidades e vales, prédios e barcos, amores e ódios, nada me acalma, somente tenho vontade de sentir cada contorno do teu corpo, o teu suor, o teu cheiro, os teus lábios, o teu cabelo e quando no fim da linha o sentir, vou explodir de contentamento como se de uma …
Depois? Depois, voltará tudo ao ciclo inicial, com toda a mesma vontade até tu sentires que não estás sozinha, e que somos dois. Duas cabeças, dois pensamentos, duas vontades, e uma vida?
A VIDA VAI TORTA, JAMAIS SE ENDIREITA (...)!